Por Máquina do Esporte Setenta e quatro anos separaram seu nascimento e sua morte. Nesse período, Telê Santana da Silva escreveu seu nome em algumas das mais belas páginas da história do futebol brasileiro e mundial. Quis o destino que em 21 de abril de 2006, feriado nacional de Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira, Telê desse seu ultimo suspiro e deixasse viúva, filhos e netos, além de uma imensidão de fãs espalhados pelo Brasil inteiro. Passados três anos, o Fanáticos por futebol não poderia deixar de registrar alguns momentos marcantes de sua carreira, dentro e fora das quatro linhas, em uma pequena homenagem ao homem que nunca perdeu a esperança pelo futebol bem jogado, pela arte da bola. TELÊ JOGADOR Telê Santana nasceu em Itabirito, interior do Estado de Minas Gerais, em 26 de julho de 1931. Sua mania de marcar gols nos minutos finais, e a sua magreza extrema, renderam o apelido de “Fio da Esperança”, alcunha que o acompanhou em toda a sua carreira dentro de campo. Depois do Flu, Telê seguiu para o Guarani e para o Madureira, onde encerrou a carreira. Com rivais do naipe de Garrincha, Joel e Julinho Botelho, Telê não vestiu a camisa da Seleção Brasileira, perdendo a chance de se consagrar no Mundo todo, com o Bi Campeonato em 1958 e 1962. TELÊ TREINADOR Depois de pendurar as chuteiras, Telê não conseguiu se ver distante do futebol e voltou aos campos, desta vez, como treinador. Sua primeira chance foi no Flu e ele não decepcionou, levando o Carioca de 70 e o torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, precursor do Brasileirão atual, no mesmo ano. Em 71, dirigiu o Atlético Mineiro e além do Estadual, conseguiu faturar a primeira edição do Campeonato Brasileiro, vencendo São Paulo e Botafogo em um triangular final. Dois anos depois, dirigiu o São Paulo, mas saiu brigado com as estrelas Paraná e Toninho Guerreiro. Depois, foi ao Rio Grande do Sul terminar com oito anos de hegemonia colorada, dando o Estadual de 77, ao Grêmio, com um gol histórico de André Catimba. Foi ao Palmeiras, quando chegou às semifinais do Brasileirão de 79, só sendo eliminado pelo campeão Internacional e goleando o Flamengo, de Zico e Companhia, por 4 a 1, em pleno Maracanã. Tal façanha lhe alavancou para a Seleção Brasileira. Em um tempo dourado, craques como Zico, Frustrado e criticado por não ter jogado com “pontas”, Telê foi ganhar petrodólares na Arábia e ficou por lá ate 1985, onde foi chamado, novamente, para dirigir o Brasil, desta vez na Copa do México. Estávamos invictos e sem tomar gol até o confronto com a França pelas quartas-de-final. Saímos na frente com um golaço de Careca, mas Platini empatou, tirando a invencibilidade de Carlos. O 1 a 1 levou a partida à prorrogação, onde Zico, que acabará de entrar, descobriu Branco na área francesa. Bats não teve outra alternativa a não ser derrubá-lo. Pênalti que o Galinho bateu nas mãos do goleiro francês, levando a partida aos pênaltis. Ali, Sócrates e Júlio César erraram e eliminaram o Brasil e Telê, de sua segunda e última chance no comando verde-amarelo. No ano seguinte, reforçou a sua fama de pé frio ao fazer a melhor campanha da Copa União, mas perder as semifinais para o Flamengo, deixando a competição que era declarado como favorito. Depois de treinar o Palmeiras, Telê chegava ao São Paulo, em meio ao campeonato brasileiro de 1990. Começava aí, um capítulo a parte na sua história. TELÊ NO SÃO PAULO Convidado por seu amigo particular, Carlos Cabloco, Telê chegou ao Morumbi em outubro de 1990. O Tricolor estava em uma posição intermediária na tabela, mas chegou a decisão contra o Corinthians, quando perdeu e ficou com o bi-vice campeonato (antes havia perdido para o Vasco, com Carlos Alberto Silva, no comando, em 1989). Em 1996, ainda no Tricolor, Telê sofreu uma isquemia cerebral, que o debilitou e o afastou dos gramados definitivamente, apesar de seus protestos a respeito. Três anos atrás, seu corpo não resistiu a mais de um mês de complicações de uma infecção e o último “Fio de Esperança” partiu, levando consigo uma mensagem de amor ao futebol e de prazer a bola bem jogada, voltada ao gol. No dia do mártir da Independência do Brasil, Telê Santana da Silva se foi, mas o rótulo de “Mestre”, que o acompanhou nos últimos anos de sua vida será eterno, tal qual a admiração dos fãs, que, ainda hoje, o saúdam nos estádios do Brasil todo, principalmente em jogos do São Paulo. | ||||||
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terça-feira, 21 de abril de 2009
Ao mestre Telê
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