encedor de 11 dos 15 campeonatos paulistas disputados entre 56 e 69, 6 vezes campeão brasileiro nos Anos 60 (61, 62, 63, 64, 65 e 68), bicampeão sul-americano e mundial em 62 e63, o Santos foi o maior time do mundo entre o final dos Anos 50 e o final dos 60. Quase todos os santistas que atuaram naquelas duas partidas finais da Taça Brasil, eram de Seleção Brasileira: Gilmar, Mauro Ramos de Oliveira, Zito e Pepe foram bicampeões em 58 e 62. Pelé, tricampeão, em 58, 62 e 70. Carlos Alberto Torres, campeão em 70. Havia ainda Toninho Guerreiro, artilheiro da competição (ele e Bita, do Náutico, com 10 gols) que, vestindo as camisas do Santos e do São Paulo seria pentacampeão paulista, entre 67 e 71.
GOLEADA?!
A história do 1º tempo só pode ser contada por meio dos fantásticos – pela quantidade e qualidade – cinco gols da Academia Celeste. Tudo o mais que se disser, é dispensável. A 1 minuto, Evaldo recebeu passe de Tostão no meio de campo e percebeu Dirceu correndo em direção ao gol. O lançamento saiu preciso. Quando o meia se preparava par
a concluir, o lateral-esquerdo Zé Carlos, tentando desarmá-lo, marcou contra: 1 x 0. Aos 5, Dirceu recebeu de Evaldo e serviu a Natal. O ponteiro driblou Zé Carlos e chutou forte: 2 x 0. Aos 20, Oberdan saiu jogando, perdeu a bola para Dirceu, levou dois dribles e saiu de cena. Com a visão desimpedida, o Dez de Ouros chutou violentamente de fora da área: 3 x
0. Aos 39, a defesa do Santos sofreu intenso bombardeio. De dentro da área, Hilton chutou e Mauro salvou. No rebote, Evaldo
disparou outra bomba, mas Oberdan impediu o gol. A terceira tentativa coube a Dirceu Lopes. Em vez de força, jeito: 4 x 0. Com a palavra o autor da obra prima: “Meu forte sempre foi o corte de fora da área. Como tinha muita velocidade e, naquela época, o futebol era mais solto, qualquer bola que eu apanhasse no meio de campo era um perigo para o adversário. Naquele lance, recebi a bola na entrada da área. Dei um corte no zagueiro, passei a bola do pé direito para
o esquerdo e bati. Ela fez uma curva e enganou o Gilmar, que ficou agarrado na trave. Foi um golaço”. Aos 41, Dirceu driblou Mauro dentro da área e foi derrubado por Oberdan. Pênalti. Tostão fez inacreditáveis 5 x 0.
PELÉ, QUEM?!
No final do 1º tempo, a caminho do vestiário, Pelé ouve o couro provocador da torcida mineira: “Cadê Pelé? Cadê Pelé?”. O Rei acenou para a torcida com a mão espalmada. Cinco gols? Não, cinco vezes campeão brasileiro, ele explicou. A verdade, contudo, é que, naquela noite, marcado individualmente por Piazza, Pelé não viu a cor da bola.
2º TEMPO
O Cruzeiro voltou relaxado pensando em barganhar o jogo: tocaria a bola e o adversário se contentaria em evitar mais gols. Mas, ao invés de aceitar o fato consumado da derrota, o Santos foi à luta pensando em remontar o placar. Nos vestiários, seus jogadores ouviram poucas e boas do treinador Lula: “É preciso parar esta linha de qualquer forma, se não parar no grito tem que ser no tapa, na botina, não pode é continuar desta forma. Eles estão fazendo a nossa área de avenida”. Deu certo. Aos 6 e aos 10, Toninho Guerreiro marcou: 5 x 2. A torcida assustou-se. Pelé tinha fama de, quando provocado, superar-se e virar resultados tidos como definitivos. Mas Tostão, Dirceu e Piazza retomaram o controle do jogo. Tocando bola com rapidez, o Cruzeiro vol
tou a colocar o Santos na roda. E a pá de cal sobre o pentacampeão brasileiro foi atirada aos 27 minutos. Evaldo recebeu passe de Tostão, driblou Oberdan e chutou forte, Gilmar deu rebote. Dirceu apareceu do nada para tocar para as redes: 6 x 2. Estava de bom tamanho. Daí em diante, os times limitaram-se a exibir sua técnica refinada sob aplausos ininterruptos da torcida. Era preciso economizar energias para o jogo decisivo, uma semana depois, no Pacaembu.
O segundo jogo jogo fica pra depois...
Créditos: Benny the Dog
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